Sempre houve muita discussão no mundo dos afiliados a respeito das extensões para navegadores (browser extensions) onde grande parte do mercado afirmava que risco de troca de atribuição de cookies – e consequentemente o ato de fraudar para quem deve ser atribuída uma ação – era muito maior e superava qualquer benefício que uma extensão pudesse proporcionar.
Contudo, influencers de tecnologia e sites de cashback e cupons, dentre outros, continuaram oferecendo a seus usuários a opção de baixarem e instalarem extensões de navegadores auxiliares, capazes de realizar comparações de preços, oferecer o melhor cupom no momento de uma compra e por aí vai. Com isso, apesar de não tão populares entre boa parte dos principais anunciantes (advertisers), as extensões sempre estiveram presentes no mundo digital e atuando no Brasil com – majoritariamente – anunciantes médios e pequenos que estavam mais abertos para experimentar qualquer vertical e solução de afiliados que pudesse potencializar a performance mensal destes.
Como funciona uma extensão para navegador? O funcionamento das extensões de compras envolve notificar os clientes sobre informações de produtos e promoções disponíveis. Ao acessarem um site, os clientes obtêm instantaneamente informações e ofertas potencialmente atrativas, eliminando a necessidade de visitar uma agregação de negócios ou outra presença online na web. Para utilizar uma extensão de compras, o cliente realiza o download dela em uma loja de extensões ou mercado, disponível em todos os principais navegadores. Mercados de extensões são encontrados para Chrome, Safari, Firefox, Microsoft Edge, entre outros. Após ser adicionada ao navegador do comprador, um ícone aparece na barra de navegação. A extensão oferece acesso a informações, descontos, ofertas de reembolso e outras vantagens à medida que o cliente visita sites comerciais.
Segundo a própria Convection Junction “CJ”, a nível mundial, as extensões de navegador voltadas para compras representam uma das ferramentas de consumo mais difundidas no campo dos afiliados. Atualmente, uma parte substancial da receita dos afiliados é atribuída a esses aplicativos, criados por diversos afiliados em diversos setores, com o objetivo de simplificar para os consumidores a obtenção de informações sobre produtos e o acesso a ofertas durante suas compras online.
E foi querendo comprovar se extensões traziam benefícios ou não para marcas e anunciantes que a “CJ”, uma das maiores e mais antigas redes de afiliados do mundo, decidiu realizar uma pesquisa aprofundada e posteriormente divulgar os resultados em um Relatório Financeiro de Impacto das extensões.
A priori, o estudo tinha como objetivo responder as seguintes perguntas:
“Qual é o impacto incremental da exposição pré-checkout quando uma extensão era utilizada no momento da compra?”
Para responder a pergunta, o estudo focou na análise das seguintes métricas:
- Taxas de conversão de compra
- Desconto médio aplicado na finalização da compra
- Valor médio do pedido (AOV – Average Order Value)
A base de dados para análise foi de um tamanho considerável: a atividade de usuários de 35 extensões distintas foi monitorada. Os dados provenientes das jornadas de 67 milhões de clientes no estudo indicaram ainda que aproximadamente 3,2% dos consumidores têm extensões de comércio eletrônico instaladas em seus navegadores.
Os resultados encontrados foram surpreendentes para o mercado do marketing de afiliados
No que tange as descobertas do estudo, as constatações indicaram que a exposição a extensões de compras antes da conclusão da compra resultou em um aumento significativo no valor do carrinho e nas taxas de conversão. Surpreendentemente, isso ocorreu com poucas alterações no desconto médio aplicado durante a finalização da compra.
A maioria das mensagens dessas extensões contém descontos, ofertas de reembolso ou outras promoções para incentivar as compras. Quando os usuários visualizaram um pop-up proativo antes da finalização da compra, as taxas de adição ao carrinho aumentaram em 38%, enquanto as taxas de conversão aumentaram em 64%, resultando em um acréscimo de 65% na receita por sessão.
Os pop-ups de pré-checkout também elevaram os descontos em 2,2%. Contudo, devido ao aumento correspondente na receita proveniente dos itens adicionados ao carrinho, isso não resultou em uma redução no valor médio do pedido (AOV).
Foi ainda registrado que as mensagens provenientes de extensões aparentam reforçar a confiança do consumidor para efetuar a compra, mesmo quando não há desconto disponível. Usuários de extensão que possuíam apenas produtos sem desconto em seus carrinhos de compras e não receberam nenhum desconto ainda apresentavam 25% mais probabilidade de converter quando recebiam um pop-up pré-checkout.
Para algumas extensões, esse fenômeno pode ser atribuído à presença de cashback ou recompensas. No entanto, o aumento foi uniforme nas barras de ferramentas que não oferecem recompensas, indicando que estavam fortalecendo a propensão à compra ao confirmar ao usuário que já possuíam o melhor preço.
Conclusão: lojas e marcas do Brasil deveriam testar mais este vertical de afiliados digitais de performance.
Os dados coletados indicam que a exposição a pop-ups de extensões de navegador, quer contenham ofertas ou não, exerce uma influência significativa nas taxas de conversão e na receita. Essas ferramentas populares entre os consumidores aumentam consideravelmente a probabilidade de os clientes realizarem compras. Embora contribuam para impulsionar mais transações, não causam redução no valor médio do pedido (AOV). O resultado final é que as extensões do navegador geram um aumento substancial na receita para o comerciante sem impactar de forma significativa as margens.
